Citação:

"Ora afinal a vida é um bruto romance
e nós vivemos folhetins sem o saber."

- Sweet Home, Carlos Drummond de Andrade

Sobre o blog:

Narração dos fatos da vida de um universitário, aspirante a escritor de prosa e verso. Nesse passeio, o cotidiano, a amizade, a cidade natal, o amor e temas metafísicos ganham um enfoque literário sob a visão de quem escreve.

Sobre mim:

Meu humor atual - i*Eu!

Nome: João Francisco Amorim Enomoto
Nascimento: 20/10/1984
Idade: 21 anos
Estuda: Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP - Curso Bacharelado em Ciências da Computação
Família: Sandra, mamãe; Lumi, irmã; Pedro, irmão caçula.
Inspirações literárias: Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, João Guimarães Rosa, José Saramago, George Orwell, Clarice Lispector, Machado de Assis, Pablo Neruda, Italo Calvino.
Ouve: MPB, Bossa Nova, Samba.
Gosta: de todos os amigos que tem, ouvir música, sair com os amigos, filosofar, escrever, ler livros de computacao e literatura em geral.
Não gosta: gente egoísta, egocêntrica ou limitada na maneira de pensar.
Lendo: Um livro aqui, outro acolá.

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sábado, maio 13, 2006

Empate

Quando o jogo é divertido, o empate é um resultado justo. Simplesmente não me importo, sou paciente com a vida e tenho certeza de que bons tempos virão.

Postado por Little John às 13:52.


quarta-feira, maio 10, 2006

Como nossos filhos

Estou no século XXI, mas tenho um pé em épocas muito distantes. Aqui, em frente a este computador, tenho acesso a tudo que o mundo me oferece pela internet, falo com meus amigos que estão no conforto de seus lares fazendo sabe-se lá o que. Hoje as pessoas vivem mais de oitenta anos, tem-se a cura de tudo. Muito conhecimento foi produzido em tanto tempo, por vezes eu chego a me sentir muito pequeno no meio disso tudo.

Porém, tenho um pé no século passado. Eu nasci naquela época e testemunhei mudanças tão sutis no modo de vida, em coisas pequenas que fazem tanta diferença. Um sinal bem sutil disso é a altura do muro da casa dos meus avós. Quando eu nasci não havia nem o muro, e sim uma grade baixa que servia de portão, unicamente com o propósito de conter o avanço dos cachorros para a rua. Hoje a casa deles parece uma fortaleza, com muro, portão de grade alta com as famosas lanças, arame farpado. Parece que ele se prepara para uma guerra, mas eu não cresci no meio de uma guerra.

Cresci com meus amigos enquanto pessoas, entidades físicas. Poucas foram as pessoas com quem eu falava na distância. Lembro até, oras vejam!, de uma menina com quem falei por pouco tempo pela internet que me enviou uma carta de Campo Grande, onde ela morava. Se eu tivesse essa cabeça de hoje, eu teria escrito de volta e dito a ela que eu me maravilhara com a carta dela, não pelas palavras que foram poucas, mas pelo gesto. As cartas sempre me emocionam a seu modo, a carta é um esmero dedicado a uma pessoa muito mais do que o simples ato de digitar algo e enviar por e-mail. A carta tem a letra da pessoa que escreveu, tem no mínimo meia hora de dedicação integral a sua redação e possui um quê tão forte de alguma coisa que eu não vou saber expressar. Eu deveria ter respondido àquela carta da menina de Campo Grande.

E os meus amigos, companheiros e companheiras de vida e de morte. Esses só se tornaram meus grandes amigos porque gastei, ou melhor: ganhei, horas e horas a fio conversando com eles, discutindo, rindo, chorando, filosofando ou apenas parado para ver o tempo passando. Alguns amigos não fizeram nada de especial por mim, apenas me acompanharam por um momento muito único da minha vida e essa unicidade os tornou especiais para mim, eles nunca saberão o quanto, embora alguns o saibam, faço questão que saibam.

Neste momento, de frente para um monitor com uma luz autógena e estúpida, eu sinto a saudade de uma mocidade que foi para nunca mais. Percebi o quanto eu me transformei com o universo que me cerca, um eu cercado de interesses e uma falta de curiosidade que deveria ser tão natural para mim quanto é para uma criança. Não é um arrependimento de crescer, isso é fruto do tempo e devolva sempre algo melhor em troca, e sim uma crítica direcionada a mim mesmo e aos outros que me cercam. Às vezes precisamos ser como quem fomos, filhos de nós mesmos, com uma curiosidade aguçada e espírito de perseverança de caminhar em frente dentro do peito. Ou ainda que seja, apenas o tempo para propor uma conversa, como num brinde aos velhos tempos. O grande problema do mundo, disse eu a minha mãe, não é a falta de ética e virtude, e sim a falta de comunicação. Nossos silêncios não falam por nós.

Postado por Little John às 23:50.