Crônicas, Poesias e Estórias de um João

sexta-feira, setembro 12, 2003

Primeiro passo(?)

Olá, queridos leitores. Antes de mais nada, boa noite. Hoje eu matei aula no cursinho pra ir a Universidade de São Paulo, conhecida entre os intímos como USP. Sim, foi uma experiência totalmente válida: fui até lá, assisti uma aula na Escola Politécnica e visitei vários institutos lá, tais como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Instituto de Matemática e Estatística (IME), dentre outras siglas. Foi bom para conhecer o ambiente da Faculdade e um pouco do seu dia-a-dia.

Fiquei praticamente o dia inteiro lá, andando e conversando com o grande amigo Alemão, atualmente na Poli. Encontrei também o amigo Cowboy, atualmente Sociologia na FFLCH, e botamos o papo em dia. Com o Alemão, o papo foi um pouco mais de orientação: ele me explicou os prós e contras da faculdade de Engenharia e me convenceu de que lá dentro há muita liberdade para se decidir as diretrizes que se quer tomar enquanto estudante. Falar que essa nossa conversa iluminou-me a tal ponto de poder me decidir seria um pouco de pretenção, mas pelo menos pude analisar bem um pouco da parte de exatas.

Algo que eu achei deveras curioso na faculdade é o individualismo. Não sei se foi a figura do Alemão que me transmitiu essa idéia, talvez nem seja verdadeira, mas parece um imenso vazio. A faculdade é definitivamente uma experiência nova e diferente, a tal ponto que não se compara muito à Federal. Talvez as aulas amenizem um pouco essa angústia, esperança minha. No entanto, esta face "negativa" de estar numa faculdade, aos poucos se desfaz, dada a liberdade que se tem. Na USP o espaço é muito grande e você pode fazer o que quiser, com limitações aos parâmetros ético-morais, pode-se ir a uma das muitas bibliotecas e ler um livro, ir à ECA (Escola de Comunicação e Arte) e assistir vídeos, acessar à internet, enfim, compensa.

Mas infelizmente algumas dúvidas ainda persistem. Não vale a pena citá-las, pois elas aumentam a minha angústia e a angústia de quem lê. O que posso dizer é: como decidir o futuro de uma pessoa com cunho de pensamento relativista baseado num número de uma carreira e um curso?

Postado por Little John às 22:31.

quarta-feira, setembro 10, 2003

Eu chovi

Muita gente deve ter aprendido com a professora do primário: chover, verbo que designa fenômeno da natureza, sem um agente ou sujeito e que não pode ser associado a um alguém, portanto. Pois então, hoje eu chovi. Não me peçam explicações plausíveis para este fato, chovi e só.

Chovi hoje por um fato triste, que não aconteceu. Digo, eu acho que não aconteceu, mas chovi pela dúvida. Pior do que a determinação de um não ou de um sim é a incerteza de um talvez. E nossas vidas são cercadas de talvezes, acreditem. E o talvez nos corrói por dentro, suga nossas forças e vontades. Um talvez é pior do que a morte, mas não pior que a incerteza de sua presença.

Hoje o dia, as nuvens, o céu, todos choveram comigo. A diferença é que a minha chuva não me molhava nem molhava ninguém. Era uma chuva pessoal, não encharcava ninguém, por vontade própria e por sua própria natureza. Dela não se podia fazer brotar novas plantas de feliz e infelicidade e talvez ela seja tão desprezível pra quem não choveu por este fato.

Meu dia foi isso. Não chorei, não sorri: chovi.

Postado por Little John às 20:23.