Citação:

"Ora afinal a vida é um bruto romance
e nós vivemos folhetins sem o saber."

- Sweet Home, Carlos Drummond de Andrade

Sobre o blog:

Narração dos fatos da vida de um universitário, aspirante a escritor de prosa e verso. Nesse passeio, o cotidiano, a amizade, a cidade natal, o amor e temas metafísicos ganham um enfoque literário sob a visão de quem escreve.

Sobre mim:

Meu humor atual - i*Eu!

Nome: João Francisco Amorim Enomoto
Nascimento: 20/10/1984
Idade: 21 anos
Estuda: Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP - Curso Bacharelado em Ciências da Computação
Família: Sandra, mamãe; Lumi, irmã; Pedro, irmão caçula.
Inspirações literárias: Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, João Guimarães Rosa, José Saramago, George Orwell, Clarice Lispector, Machado de Assis, Pablo Neruda, Italo Calvino.
Ouve: MPB, Bossa Nova, Samba.
Gosta: de todos os amigos que tem, ouvir música, sair com os amigos, filosofar, escrever, ler livros de computacao e literatura em geral.
Não gosta: gente egoísta, egocêntrica ou limitada na maneira de pensar.
Lendo: Um livro aqui, outro acolá.

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quarta-feira, outubro 19, 2005

Ando escrevendo por fora, poemas, tenho muitos rascunhos e textos inacabados. Acho que pensar o texto antes de escrevê-lo é fundamental. Então esqueçam um pouco esse ai embaixo, que embora seja um pouco bonitinho, e tem lá seu charme de texto, foi escrito em uma hora de desespero, refletindo um estado de espírito tão caótico quanto a regência em suas linhas. Espero poder, até dia 20, postar um texto que seja mais a minha cara. Enfim, até.

Postado por Little John às 00:08.


segunda-feira, outubro 17, 2005

No mundo dos mortos

Ontem tive a oportunidade de passar uma noite no mundo dos mortos. Eu, que não tenho nada a perder na minha vida, aceitei de pronto o convite que me foi feito. Sem mochilas ou bagagens de mão, a viagem para o outro mundo não pressupõe passagem de nenhum bem material, incluindo o próprio corpo, que deve ser devidamente deixado descansando em alguma cama no mundo material. Preparativos feitos, parti.

Fui deixado em um quarto frio. A luz que saia da janela era azul, como em um final de tarde nublado, azul daqueles bem tristes mesmo. Os móveis todos eles eram negros, feitos de alguma madeira que era difícil de se acreditar se seria realmente madeira. Estava trancado naquele minúsculo espaço que se denominava mundo dos mortos. Sem ter o que fazer, sentei-me a cama e tentava abstrair o que era aquele local, o que ele realmente representava na minha vida. Não demorei a querer me deitar e assim o fiz. A cama era feita de ônix, uma pedra de cor escura, lindíssima no seu retalho e na sua apresentação, mas dura e fria ao se deitar. Luxúria é algo que se persegue durante toda a sua vida, e entretanto ela de nada vale no mundo dos mortos. Deitar-se em ouro ou diamantes naquele instante de nada me adiantariam, só me machucariam mais ainda.

Não demorou muito tempo para que eu ficasse triste, triste de querer morrer (como se pudesse, estando no mundo dos mortos). Não havia conforto suficiente naquele quarto que me abrigasse ou que me fizesse sentir bem. Parei de pensar em tudo de mal que a vida me apresentará, incluindo o inóspito convite de em lá ficar, e me coloquei a meditar. Parei para pensar em várias coisas, em questões fundamentais da nossa existência, da vida e da morte. Parei para pensar em mim mesmo, na representação da minha existência e em tudo aquilo que nela implica. Fiquei orgulhoso e triste.

Quando abri os olhos, estava fora daquele local frio e tão pouco convidativo. Estava na minha cama a dormir em um sono profundo, como se há muito eu não dormisse. Dessa experiência tão ímpar na minha vida e na vida de qualquer ser humano que porventura tivesse essa oportunidade, tirei conclusões várias. A primeira delas é que o que me salva todos os dias da morte é poder pensar e escrever, que a morte não possui a sua simbologia tão frequente como um ato de separação entre dois mundos, mas sim uma continuação da vida em um local diferente, e por último, que cada ser humano possui o seu mundo dos mortos: a metáfora de um quarto vazio em um fim de tarde, onde passa o resto dos tempos a pensar em sua existência.

Postado por Little John às 13:03.