Crônicas, Poesias e Estórias de um João

sábado, fevereiro 04, 2006

Conversas com a Paz

Era eu, naquela minha janela ideal, de sonhos. Tudo muito branco, muito branco. Minhas roupas, o quarto, a janela, o mundo lá fora. Estava olhando para fora, pensando em alguma coisa, admirando a paisagem do lado de fora, a esperar algo.

De repente, surgiu uma pomba, branca como tudo, que veio ao meu encontro no recosto da janela. Ofereci meu dedo e ela aceitou prontamente, pulou sobre ele. Começou a falar algumas coisas, bem baixinho, bem baixinho. Coloquei-a perto da orelha e ouvia atentamente o que ela me dizia. Começou a falar da minha vida, daquele momento em diante, para muito além. É como se alguém oferecesse um gabarito da minha vida, todas as minhas dúvidas sanassem daquele momento em diante. Disse-me muita coisa, do que farei e do que farão comigo. Por um momento quis chorar e me alegrar com meu destino, mas achei justo guardar tudo aquilo para o momento em que fosse necessário.

Tudo aquilo que a pomba me disse. Não vale a pena dizer aqui, pois em algum momento tudo isso será dito aqui, com palavras, poemas, com narrações como esta. Dei um beijo no bico da pomba, meu jeito de agradecer por tudo. Lancei-a de volta ao mundo e sussurei "Corre o mundo inteiro. Se não achar um lugar que te aceite, volte". Voltei a viver, voltei a esperar. Muita paz, muita paz.

Postado por Little John às 10:10.

terça-feira, janeiro 31, 2006

Comunhão com o fogo (ou guerra no ar)

Os Homens aprenderam com Deus a criar
e foi com os Homens que Deus aprendeu a amar

Eu que até pouco tempo gozava da minha união com o ar, com o vento, com o ideal e o efêmero, fiz nos últimos tempos meu batismo com o fogo. Isso implica em mudanças, consequências do tempo: ele quem me quis como sou agora, por motivos que sou Deus ou o destino sabem.

O fogo, o símbolo do conhecimento humano. Nas lendas, Prometeu, roubou o fogo dos Deuses (dizia-se que o fogo era sagrado) e o trouxe para a humanidade. O fogo é o elemento anti-natural, ele não existe, algo o causa. Como punição pelo seu ato, Prometeu foi condenado a ter seu fígado eternamente comido por urubus, ou algo que o valha.

O fogo é o que é inconstante, o fogo é a loucura, o fogo é a dor. E nesse momento, quero ser loucura e dor e poesia. Não mais as nuvens, por um tempo, é sina voltar a elas, mas agora, nesse momento, eu quero ser aquele do mundo, aquele que se perde e está perdido, mas sempre volta.

Muito mais do que meu vício musical: meu caminho e minha escolha. Eu, como poeta do inimaginável. Eu, o sentimento do mundo. Eu, muito mais coração.

Aquele que se apaixona por si mesmo não tem rivais

Postado por Little John às 04:25.