Citação:

"Ora afinal a vida é um bruto romance
e nós vivemos folhetins sem o saber."
- Sweet Home, Carlos Drummond de Andrade

Sobre o blog:

Narração dos fatos da vida de um universitário, aspirante a escritor de prosa e verso. Nesse passeio, o cotidiano, a amizade, a cidade natal, o amor e temas metafísicos ganham um enfoque literário sob a visão de quem escreve.

Sobre mim:

Nome: João Francisco Amorim Enomoto
Nascimento: 20/10/1984
Idade: 21 anos
Estuda: Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP - Curso Bacharelado em Ciências da Computação
Família: Sandra, mamãe; Lumi, irmã; Pedro, irmão caçula.
Inspirações literárias: Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, João Guimarães Rosa, José Saramago, George Orwell, Clarice Lispector, Machado de Assis, Pablo Neruda, Italo Calvino.
Ouve: MPB, Bossa Nova, Samba.
Gosta: de todos os amigos que tem, ouvir música, sair com os amigos, filosofar, escrever, ler livros de computacao e literatura em geral.
Não gosta: gente egoísta, egocêntrica ou limitada na maneira de pensar.
Lendo: Um livro aqui, outro acolá.

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sábado, dezembro 13, 2003

Memorando do dia 12 de dezembro

Hoje eu descobri que ela está prestando algo relativo humanas que tem matemática, pois ela ficou hoje para o reforço de construção geométrica. Ela com certeza passou para a segunda fase da Fuvest, pois tem frequentado toda a semana de revisão. Indago se ela prestará Economia ou Administração. No entanto, para ela pouco importa a minha existência. Ela passa por mim com ares de quem vê unicamente o futuro. Mal sabe ela que eu sou um desesperado apaixonado, tolo e depressivo. Nada disso importa a ela.

Penso se um dia nas minhas errantes caminhadas pela Cidade Universitária não encontrarei ela indo para alguma aula, vestida de blusa azul, calças jeans e um grande peso nas costas, peso da responsabilidade. Ela me cumprimentaria? Diria algo bobo como "era você o garoto que queria uma foto minha?" ou apenas se riria com as suas amigas? Fato é que cada vez que ouço uma risada sua (e nem sei se é sua mesmo) ou de suas amigas é um tiro que atinge e transpassa o âmago. É... querer ser louco tem sua farda. A gente vai contra a corrente até não poder resistir e morre acreditando em uma verdade que nem sempre é verdadeira.

Hoje conversei com meu professor de gramática sobre a dúvida que me aflige a alma, mesmo nessa reta final de vestibulares. Acho que no fundo eu sou mesmo um medroso que sempre abaixou a cabeça para tudo que não fosse meu próprio coração. A questão é: até quando?

Mas nada disso importa para ela. O que importa é um lugar ao sol sob o teto da USP, além dos meus sentimentalismos banais, poemas e posts de blogs. A matemática é fundamental para ela, a minha matemática de nada lhe serve. Nem a ela, nem a vocês.

Postado por Little John às 01:33.

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segunda-feira, dezembro 08, 2003

Nós e o nunca

Você nunca me viu
Se o fez, discretamente.
Olhou devagar,
Quase relance do jogo
Dos nossos olhares.

Você nunca me notou
E mesmo que notasse
Que diferença faria.
Obedeço o coração:
Sigo-te todos os dias.

Você nunca me disse
Um não.
Porém, todos os dias
São nãos
Para nós dois.

Você nunca...
Oras, nunca é muito!
Demais para mim!
O nunca
É o que nos separa.

Você nunca me amou
Ou talvez não.
A incerteza do coração
Na certeza minha:
Amei-te, cada segundo.

Postado por Little John às 22:19.

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