Crônicas, Poesias e Estórias de um João

terça-feira, maio 25, 2004

Choro Poético e o Embate de Egos

Dois temas para serem dissecados num breve post. Bem, começou a semana cultural do IME e eu pensei no meu projeto de fazer um recital de poemas (provavelmente para a próxima semana cultural no semestre que vem, ano que vem, daqui a dois anos, seja). Eu que ando um tanto ocupado para ler poemas e entendê-los em absoluto senti muito falta de ler, de recitar. Pensei em tanta coisa, tanto poema, tanto assunto, que quase fiquei tonto e cai em mim. Pois bem, amanhã Drummond me acompanha no ônibus e um assunto resolvido.

Hoje eu analisei e ponderei muito sobre algo que muito é peculiar ao ser humano: a valorização do seu Eu (Ego). Alguns têm egos de tamanho astronômico (esbanja-se em excesso as características que se possuí), outros são tão reservados que quase pede-se perdão por respirar. O que achei mais interessante é que quase não há um meio termo entre esses dois opostos tão distantes, quiçá aqueles que não sabem da existência de egos (raro, mas há quem não se sinta existir) sejam o mais meio termo possível. Até onde a auto-valorização é um bom adjetivo do ser? E a falta dela? Que faço eu, ante tanta disparidade?

Postado por Little John às 23:56.

domingo, maio 23, 2004

"Uma moça me acompanha"

Uma moça me acompanha. E o cheiro dela chega a me extasiar como se tivessem me drogado. Tal qual, ela me faz errar pela noite como se o mundo voltasse ao seu princípio bíblico. E por mais que passem pessoas incógnitas ao meu redor, o mundo é tão grande e somos dois. Tão unicamente a cidade se apresenta para nós que pelo momento em que as mãos se unem, há de se crer que ela é segura para o amor.

Voltamos pela rua escura, e mesmo no caos das lâmpadas e sons dos carros que trafegam na rua, e mesmo na presença da pobreza de cada esquina, encontra-se no meio do asfalto a flor da poesia. Tudo graças a graça que me acompanha, em sua graça de ser mulher. Seus braços, qual dois laços, envolvem-me em abraços de dar inveja a qualquer um que os deseje. Andamos, novamente.

Na subcuridão do metrô, as sombras se desejavam com tamanha paixão de apaixonar o coração mais gelido e empedernido. Os beijos são brechas no tempo-espaço: em cada um, sente-se o tempo parar no instante que o leva. Nossos corpos na união do um, a parecer que nossas almas findem por ser um ser. Nosso amor nos torna tão leves e transcendemos para o plano onde o ideal está em nossos peitos, a existência do um depende da do outro.

Por mais estranho que pareça comemorar meses de namoro, digo que o mais correto seria comemorar dias de namoro, pois cada dia junto é digno de uma comemoração ímpar por parte de ambos. O amor não tem limites, quando a amada (ela sabe que é) é quem é.

Postado por Little John às 12:02.